No que apenas podemos considerar como uma resposta directa à TripAdvisor, que recentemente e em conjunto com a Priceline lançou a disponibilidade de reservas directas de hotéis na sua página, a Trivagolançou em Beta Test na Alemanha o Trivago Express Booking, a possibilidade de os utilizadores nos seus websites e Apps reservarem directamente através das suas plataformas fazendo isso em parceria quer com as OTAs quer directamente com os próprios hotéis.
Este é um novo passo do ex-Metasearch Europeu que até à pouco tempo apenas permitia que os seus utilizadores pesquisassem nos seus websites mas chegada a altura de concluir o processo de reserva, reencaminhavam directamente para um terceiro interveniente (uma de várias OTAs disponíveis) de modo a concluir o processo e efectivar a compra.
A 29.10 e na apresentação dos resultados do 3º Trimestre 2015 da Expedia Inc (prop. Trivago), o seu CEO Dana Khosrowshahi partilhou preocupações devido às cada vez mais evidentes sinergias entre os seus rivais TripAdvisor e o Grupo Priceline.
A resposta não poderia ter sido mais assertiva!
Não só esta nova funcionalidade de reservas directas de hotéis na Trivago está já em teste no seu país de origem Alemanha, mas está já previsto o seu rollout para países de lingua inglesa num futuro muito próximo.
Até à pouco mais de 1 mês, os Metasearch como a Trivago e mesmo a TripAdvisor sempre permitiram comparar preços de hotéis mas quando chegava a altura de confirmar a compra, o utilizador era reencaminhado para uma terceira entidade que no principio era sempre uma OTA, mas mais recentemente começou a ser possível reservar inclusive no website oficial do hotel.
Com esta alteração (lógica), o utilizador já não necessitará de ser reencaminhado para uma terceira entidade, visto que o próprio processo de compra poderá ser finalizado na plataforma de pesquisa e comparação de preços (metaserch).
Estas recentes alterações podem inclusive ter sido resultado de pressão sentida pelos testes que o Todo-Poderoso Google está a fazer nas suas páginas, onde tem vindo a permitir reservas directas nas páginas de pesquisa e no Google Maps, ou mesmo devido aos testes que tem vindo a fazer à mais de 1 ano com o Google Limited Offers, onde é possível apresentar tarifas promocionais exclusivas (no caso abaixo quase 30%) apenas a utilizadores selecionados usando para o efeito o login efectuado via Google accounts.
Pelos vistos a tendência é de os grandes players do mercado de turismo mundial tentarem capitalizar directamente o tráfego e público qualificado que captam para permitir reservas directas e simultaneamente aumentarem o seu revenue share.
Bem pelo contrário, está muito viva e agora chama-se Ambarella Limited(localizada em Nassau nas Bahamas…) ou Nijinsky Ltd (localizada em Bournemouth no Reino Unido), dependendo do website ex-Strawberry World que o utilizador esteja a aceder.
A Strawberry World tinha tinha como objeto social “actividades de agência de viagem” com o CAE 79110 e segundo o seu director Michael Heavy, a Strawberry World era uma especíe de benção dos céus para o Turismo Nacional e para os hotéis portugueses.
Na realidade e após uma observação bem fácil, não faziam mais que aproveitar a ineficiência dos hoteis em matéria de marketing digital e através da criação de websites para os hotéis abordados (que inclusive a Strawberry cobrava…), utilizavam a marca, identidade gráfica e respectivos conteúdos desses hotéis para em conjunto com técnicas de SEO Blackhat “sequestrar” as pesquisas de marca e fazer-se cobrar 20-25% de comissão pelas reservas que daí resultavam.
O negócio florescia e em pouco anos tornaram-se uma referência de relevo no mercado turístico nacional.
Estes fundos eram não apenas resultado das comissões recebidas, mas era também dinheiro de clientes que pagavam à Strawberry por conta de férias que iriam ainda usufruir.
Claro está que vários clientes nunca chegaram a usufruir dessas merecidas e já pagas férias e outros tiveram que pagar as mesmas férias 2 vezes. Resultado: foram depositadas na Direcção de Turismo da Madeira mais de 170 queixas contra a empresa e dívidas de 6,2 Milhões de Euros a credores.
Mais dados da antiga Strawberry World:
Morada: Rua do Gorgulho C com Eden Mar - Lj 25, 9000-107 FUNCHAL
STRAWBERRY WORLD – NIJINKSY LTD – AMBARELLA LIMITED
É também bastante óbvia a ligação entre a Nijinsky Ltd e a Ambarella Limited visto a grande maioria dos websites ex-Strawberry World estarem registados nestes dois registar/nomes.
Para percebermos como a “teia” está montada, damos o exemplo de um dos websites espelho da ex-Strawberry World actual Nijinsky Ltd / Ambarella Ltd:
O exemplo do hotel Real Bellavista que já utilizamos antes.
O www.realbellavistahotel.com que estava registado em nome da Strawberry World– Michael Heavey, está agora registado em nome desconhecido mas o servidor mantêm-se o mesmo: domaindevils.net (traduzindo literalmente “Demônios dos Domínios” o que não deixa de ser irónico) .
Mais uma ajuda para o caso: o website www.DiscountRentacar.com
Uma análise mais cuidada deste website explica tudo:
O registo do website DISCOUNTRENTACAR.COM está em nome da empresa Ambarella Limited e o dono do website DISCOUNTRENTACAR.COM é o Sr. Michael Heavy… ex-dono da Strawberry World. Mais uma vez, servidores da Domaindevils.com e email de registro da Strawberry...
Os registos de DNS então são fabulosamente explicitos: ns9.domaindevils.net. lilio.strawberry-world.com. 2015073000 86400 7200 3600000 86400
Ainda existem dúvidas de que a Strawberry World e a Ambarella Limited e a Nijinsky Ltd são exactamente a mesma empresa detida/gerida pelo Sr. Michael Heavy ou Mike Heavy para os amigos?
Outros websites também geridos pela Ambarella Limited ex-Strawberry World
Além dos websites acima, a Ambarella Limited detêm muitos outros websites que já foram da sua mãe Strawberry World. Para os mais incautos, deixamos aqui uma listagem:
É fácil de perceber que esta situação protagonizada em Portugal acontece também noutras paragens...
Esperemos que este artigo tenha ajudado a perceber como operam empresas do tipo Strawberry World que utilizam sites espelho para desviar vendas que iriam legitimamente parar aos seus "clientes".
AVISO: Além da Strawberry, existem muitas outras empresas semelhantes a operar no mercado por isso, não se deixem enganar!
A AHLA (American Hotel & Lodging Association ou Associação Americana de Hotelaria e Alojamento) fez um estudo recente ao panorama das reservas onlines nos EUA e afirma que:
Só nos Estados Unidos, cerca de 15 milhões de reservas online equivalentes a mais de $1,3 Bn anuais são reservas fraudulentas, causadas por websites afiliados (websites espelho) desonestos e enganadores.
Este estudo foi efectuado pela GfK, uma empresa de estudos de mercado de origem alemã (a maior da Alemanha e a 5ª maior do mundo), e apesar de ser necessário ler esta opinião com algum distanciamento devido aos interesses existentes por parte da AHLA, que obviamente deseja que mais reservas sejam feitas via canal directo junto dos seus associados, a verdade é que existem alguns reais fundamentos!
Ainda segundo a AHLA, estes 15 milhões de reservas online traduzem-se em mais de $1,3 Bilhõesem receitas “canalizadas para reservas más” a cada ano.
A definição de “afiliados desonestos e enganadores” está principalmente direcionada a afiliados de agências de viagens online (OTAs) que se fazem passar pelos sites oficiais de reservas de hotéis, comumente chamados de websites espelho porque imitam o website oficial e levam o cliente a pensar que se encontra no website original do alojamento que deseja reservar.
Exemplos de websites espelho ou websites afiliados que se fazem passar pelo site oficial do Hotel:
CentralR.com - continuam a utilizar domínios que leva o cliente final a pensar que está a reservar directamente no site oficial do cliente. Através de técnicas de SEO posicionam esses websites de forma a que numa pesquisa por nome, o cliente pense que está a entrar directamente no site do hotel escolhido. Posteriormente solicitam uma comissão ao hotel que ronda os 15-20%.
Exemplo CentralR: http://www.euroqueenshotel.com/ Ao pesquisar pelo Hotel Euro Queens este o website posicionado em 1º lugar nos resultados orgânicos do Google, levando-nos a crer que é efectivamente o website do hotel…mas não é! Pertence à CentralR.
Strawberry World – ficaram famosos em Portugal porque até à data da sua falência, eram um dos principais “parceiros” de muitos dos principais grupos hoteleiros em Portugal como os Hotéis Pestana, Hotéis Real e Hotéis Tivoli. Apesar de terem entrado em falência, ainda continuam a operar em Portugal através de uma outra entidade e continuam a manter os guias de viagem que em conjunto com técnicas SEO de blackhat lhes permite aumentar muito o posicionamento dos seus websites afiliados.
Exemplo Strawberry World: http://www.realbellavistahotel.com Ao pesquisar por Real Bellavista que é o nome do hotel e uma pesquisa lógica para quem já o conhece e deseja reservar, este “website afiliado” aparece em 2º lugar para pesquisas no GooglePT. Apesar de o Grupo Hotéis Real ter recentemente conseguido inverter o posicionamento do seu website através de uma nova estratégia digital, esta não é uma guerra fácil e estima-se que a Strawberry recolha largas centenas de milhares de euros por ano em Reservas que de outra forma iriam parar directamente (sem comissão) ao Grupo Real.
De forma similar, o BessaHotel Liberdade além do seu website oficial que é o www.bessahotel.com, tem também outro “site semi-oficial” o http://lisboahotelbessa.com/ que aparece posicionado na 1ª página do Google para várias pesquisas por marca.
Voltando de novo ao estudo da GfK: segundo os mais de 1000 inquiridos, aproximadamente 6% tinha reservado nestes sites afiliados com a convição de que estaria a reservar no site oficial do hotel.
Continuando no seu argumento de que as reservas através deste tipo de intermediários traz mais problemas e dores de cabeça do que pontos positivos, a AHLA continua a destacar outros pontos do estudo da GfK:
• 17% dos websites afiliados cobraram taxas inesperadas ou escondidas; • 15% dos websites afiliados não associaram os pontos de lealdade devidos pela reserva; • 14% dos websites afiliados cobraram uma taxa de reserva adicional; • 14% dos websites afiliados não devolveram dinheiro da reserva após cancelamentos (legítimos); • 9% dos websites afiliados tiveram reservas perdidas ou canceladas; • 3% dos websites afiliados incorreram em roubo dados privados ou pior ainda, roubo de identidade;
A própria AHLA esqueceu-se de mencionar um ponto ainda mais importante:
Existe um lado mais negro com estes websites que se fazem passar pelos websites oficiais dos hoteis:
• Eles nem sempre trabalham directamente com os hotéi, por vezes trabalham com OTAs logo o controle por parte dos hotéis é ainda menor;
Conclusão? Não permita que o seu website oficial seja espelhado, duplicado, copiado ou imitado por qualquer entidade estranha. Mantenha um olhar atento ao posicionamento do seu website e aos resultados que aparecem nos motores de busca, especialmente no Google, quando se pesquisa pelo seu nome directamente.
Comentários: O que acha deste ponto de vista? Concorda que a existência de um site espelho bem posicionado para pesquisas pela sua marca é algo negativo? Será que este tipo de parceiros pode acrescentar revenue incremental aos hotéis, ou apenas desviam clientes que já pretendiam reservar directamente consigo?
Que os públicos com +55 anos (maduros, séniores ou idade de ouro) são um grande segmento de mercado, pela frequência de férias que fazem, pelos gastos médios ou mesmo pelo padrão de gastos, já todos nós sabemos.
É inegável que este grupo está cada vez maior, porque a expectativa de vida e os rendimentos disponíveis também são maiores e as próprias viagens estão cada vez mais acessíveis, levando a uma nova época de ouro da idade dourada (desculpem o trocadilho…)!
A pergunta é:
O que estamos a fazer para captar o segmento de mercado sénior?
Agora que muita gente fala nos Millennials, na Geração Y e Z, que pelas suas preferências digitais em consumir conteúdo relacionado com viagens obrigam os hoteleiros a revolucionar as suas estratégias de marketing e publicidade, parece que esquecemos um pouco que as gerações mais antigas também estão expostas a esta mesma revolução digital e que também os públicos mais velhos se encontram cada vez mais à vontade na utilização de novas plataformas, sejam elas de hardware como tablets e smartphones ou de software com a adopção de redes sociais (principalmente o Facebook e Instagram) para a partilha ou pesquisa (principalmente o Youtube) de conteúdo relacionado com viagens.
Como resultado, os acadêmicos na Finlândia têm olhado para os membros das geração mais antigas e tentado esclarecer a forma como esses membros se relacionam quer com o consumo de viagens e conteúdos relacionados com viagens em ambientes digitais, mas também com a própria tecnologia no seu todo.
O Centro de Estudos de Turismo da Universidade da Finlândia, tomando por base um estudo feito na cidade de Savonlinna, entrevistou pessoas com idades compreendidas entre os 61 e os 78 anos de idade e descobriu três grupos diferenciados por comportamento:
Experimentador Aventureiro
Boas capacidades de utilização de tecnologia. De mente aberta e com capacidade de resolver problemas por si próprio, possui tablet e/ou smartphone, reserva componentes da viagem (hotel – avião – transfer) individual e separadamente. Nas preferências de viagens, é confiante na escolha do destino e utiliza tecnologia para recolher informação adicional e decidir. É um viajante independente, gosta de experimentar novos destinos e evita pacotes de viagem já prontos para destinos massificados.
Pesquisador Meticuloso
Capacidade de utilização de tecnlogia mais limitada mas disponível para aprender. Necessita de alguma ajuda de terceiros. Reserva habitualmente pacotes de viagens completos. Utiliza a tecnologia, principalmente na pesquisa de informações, e aprecia a segurança, conforto e conhecimento do destino escolhido.
Observador Desajeitado
Não estão muito interessados em utilizar novas tecnologias e necessitam de ajuda de terceiros para utilizá-la. Antes da reforma tinha pouco ou nenhum contacto com tecnologias de informação e actualmente não possui tablet ou smartphone ou se os possui é apenas para utilização básica. Este grupo é o que apresenta maiores preferências por pacotes de viagem prontas e destinos já conhecidos previamente.
Então, qual é o ponto deste estudo?
Na nossa opinião, o ponto deste estudo é provar que os viajantes séniores não podem ser idealizados como absolutamente aversos à tecnologia, incapazes de aceder à internet para pesquisar num guia online sobre um ou mais destinos, sobre preços de voos ou qualquer outro dos muitos componentes de uma viagem.
Na realidade, os viajantes séniores são compostos por vários diferentes segmentos com padrões de comportamento diferente entre todos eles e ao abordá-los é bom ter isso em mente. Se alguns definitivamente se comportam como um utilizador da Geração Y, outros preferem um misto de ROPO (Research Online, Purchase Offline) e outros tem ainda um comportamento puramente Offline.
Outra ilação interessante é que cada vez é maior o número de viajantes seniores que faz uso das redes sociais, particularmente para partilha de informações e claro é inevitável o uso de redes como o Facebook ou o Instagram.
Independemente da idade, o que parece ser uma boa aposta para abordagem a todos estes segmentos, é a utilização de websites com informações relevantes de destino, complementado por uma abordagem em redes sociais.