Os Paradores em Portugal! E agora?
Desde sempre nos habituamos a olhar os Paradores de España de longe e admirar a sua vasta rede de notáveis edifícios e localizações escolhidas a dedo.
Esta cadeia hoteleira estatal nasceu em Espanha nos tempos idos de 1928 com o objectivo de recuperar património e ao mesmo tempo dar a conhecer a história de Espanha e dos muitos Castelos, Palácios e Conventos que compõe esta rede.
Agora, vamos deixar de os admirar ao longe porque no seguimento da estratégia de se tornarem uma cadeia hoteleira Ibérica, decidiram-se a formar uma parceria com a cadeia hoteleira Portuguesa Montebelo Hotels & Resorts propriedade da Visabeira Turismo e vão inaugurar a entrada em Portugal com o Hotel Casa da Ínsua que passa a ser conhecido como o Parador Casa da Insua.
Esta aliança entre os Paradores e a Visabeira Turismo está firmada para os próximos 10 anos pelo que se adivinham mais novidades em solo português para breve. Inclusive, no comunicado de imprensa oficial, Frederico Costa presidente da Visabeira Turismo assegura que este é apenas o começo de novos desafios.
Será interessante também perceber se existirá uma estratégia clara de cross-seling, com mais Espanhóis em Portugal e particularmente nas regiões interiores (o Parador Casa da Ínsua encontra-se em Penalva do Castelo) ou se o objectivo será mais com sentido de levar mais Portugueses a Espanha através de âncoras da marca em Portugal.
Quem poderá olhar esta iniciativa com alguma apreensão são as Pousadas de Portugal anteriormente da Enatur e agora co-propriedade (em gestão) do Pestana Group, que desde sempre detiveram o monopólio dos Castelos, Palácios, Conventos e locais históricos em Portugal convertidos em hotéis de charme. A ver vamos como se traduzirá esta convivência, certos porém de que os Paradores chegam a Portugal no que é a melhor altura desde à muitos anos para o Turismo Nacional.
As próprias Pousadas de Portugal tem vindo a apresentar melhores e mais consolidados resultados neste capítulo conforme o seu Administrador Miguel Velez (ex-The Yeatman) bem explica nesta entrevista ao Dinheiro Vivo alicerçado num crescimento de 15,5% no primeiro semestre de 2015 – acima do crescimento médio de Portugal e feito bem mais relevante quando se verifica a localização de algumas das unidades (Alijó, Amares, Arraiolos, Bragança ou Crato não são propriamente destinos Top em Portugal).
Ficamos a aguardar as cenas dos próximos capítulos, na expectativa de que esta seja uma boa oportunidade para os nossos amigos de fronteira investirem mais no Turismo em Portugal.
Boas expansões a todos!